Selecionei partes de Friedman, Sílvia. Gagueira. In. Lopes Filho, Otacílio de C. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 1997:
Conhecida máxima que alguns estudiosos da gagueira enunciaram:
quanto mais se tenta falar bem, menos se consegue fazê-lo.
O que distingue o falante comum do falante que vive a gagueira-sofrimento é, fundamentalmente, a imagem estigmatizada de falante.
Ao aceitar a gagueira rompe-se o círculo vicioso que a sustenta, porque se anula a necessidade de tentar falar bem, isso permite a dissolução das tensões e o desaparecimento dos truques.
Quanto à postura de falante como um todo o paciente se torna capaz de perceber e valorizar a sua fluência. Passa a ser capaz também de brincar com a gagueira, geralmente, gaguejando de propósito em momentos de sua escolha. Com isso deixa de perceber na sua fluência uma ameaça, um sinal de que a qualquer momento sobrevirá a gagueira.
Desfazer rituais para falar bem é sem dúvida uma tarefa difícil, por serem eles automatizados pelo uso, constituindo o padrão peculiar de fala do indivíduo, tanto quanto é automatizado e peculiar o padrão de falar de qualquer um de nós. Para que se possa chegar a desfazê-los é fundamental que o paciente tenha chegado a algum patamar de aceitação da gagueira, sendo capaz de compreendê-la não como um problema de fala, mas como produto de seu comportamento de prevê-la. Sentindo algum grau de aceitação para com a gagueira ele se torna capaz de ver os rituais para falar bem, como parte da gagueira e não como solução viável para ela.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Muito interessante as suas colocações. Em meus atendimentos tenho percebido isto muito claramente.
Lin Sant'Anna de Aguiar
Postar um comentário