sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Como aceitar a gagueira?

11/nov: Um colega me perguntou como aceitar a gagueira. Os MEUS exercícios (que na verdade não são meus, mas que sigo de vários livros sobre o assunto, não somente da Dra. Friedman):
- falo aberta, franca e sinceramente sobre minha gagueira com QUALQUER um que queira me ouvir. Hoje é meu assunto predileto;
- incluo gagueira proposital na fala: brinco com a minha fala;
- tento achar a MINHA gagueira engraçada;
- quando gaguejo, digo “dane-se...” bem forte e fundo pra mim mesmo e continuo;
- quando tenho bloqueios, penso bem forte e fundo: “não sofrerei!”;
- faço substituição ao contrário. Incluo os sons temidos na fala. Acho que progredi um pouquinho. Antes eu tinha certeza que não conseguia falar esses sons. Agora tenho certeza que irei gaguejá-los. Mas nos últimos dias os sons, mesmo com tensão, têm saído com menos esforço;
- coloco-me em situações que sinto medo de falar;
- tento não controlar mais a fala. Quando substituo, volto e enfrento a palavra infeliz: gaguejo e tento desbloquear as cordas vocais, estranhando como é estranho eu em certas situações falar a mesma palavra fluentemente e noutras gaguejar. Percebi que é a auto-pressão que faço sobre COMO devo falar na situação e pessoa(s). Isso me fazia cair no turbilhão vicioso...

Sou fraco. Ainda sinto que pode ser só bobagem da minha cabeça.
Que isso tudo pode ser somente decorrente de dias que eu naturalmente gaguejaria menos. Não tenho certeza de nada. Mas sinto que é um alívio gaguejar e não sofrer. É liberdade permitir a gagueira. Só por isso já vale a pena.

Os blogs deveriam ser por mensagens faladas. O blogger gravaria mensagens por voz, bem como quem comentasse. Afinal, falar é muito muito mais fácil que teclar.

5 comentários:

Unknown disse...

Oi Sanderson, sou Renato Cruz, participo das listas Gagueira e Discutindo-gagueira, tudo bem?. Passei por aqui, li seus textos e achei todos muito interessantes e resolvi que de vez em quando vou entrar pra ler ok.
No próximo ano, se tudo correr dentro do previsto, estarei enfrentando um grande desafio: encarar uma banca de monografia(serei graduando em Ciências Econômicas-UFAM).
Olha, parabéns mesmo pela sua iniciativa em confrontar o seu problema(aliás nosso problema). tenha certeza que muitas conquistas estarão reservadas para vc!
Um forte abraço.
Renato, 39
Manaus-AM

Anônimo disse...

OI, oi!!
Bem, eu sou gaga desde que me entendo por gente. Tive ao longo da minha vida, apenas uns 4 momentos em que NÃO GAGUEJEI hora menhuma e isso me fez me sentir bem para cem anos. Essas vezes foram em apresentações na faculdade. Até hoje não sei porque exitem dias em que falo "normalmente" e outros que passo o dia gaguejando e até chorando por não falar como meus pais querem que eu falei. Tenho 25 anos, sou engenheira e pretendo não fazer pós-graduação, pelo simples fato de apresentar monografia, é mole! Coisa minha. Evito sofrer. Já riram muito de mim: familiares, amigos e até visinhos idiotas...mais eu sigo em frente. Procuro evitar falar, embora isso seja quase impossível para algumas mulheres, eu já me acustumei e não emitir opinião e debater em grupo. Porém, quando estou no palco, fantasiada, a coisa muda! eu não gaguejo. É maravilhoso!!!! Saber que terem isso pra sempre, dói, mais uesigo em frente, mudando o tom da voz, para não cometer deslizes, ou simplesmente me calando e sendo, a tímida do grupo!!! timida uma ova: se eu não fosse gaga, seria presidente do Brasi!!! rsrsrsrs
Beijos.

Anônimo disse...

Venho enfrentando a gagueira a muitos e muitos anos... tenho 15 anooos e sei que tudo fica mais difícil com a gagueira. Me isolo cada dia mais das pessoas por medo de sofrer com a rejeição dos outros. Sou sempre conhecida como a tímida do grupo.Grupo não pois tento ficar mais sozinha possivel. Pois já passei por várias situações de rizadas depois de falar alguma coisa.Tenho vontade de sair falando com todos mas fico com vergonha após a primeira gaguejada.Estou desistindo até do meu trabalho pois as pessoas me perguntam as coisas e eu respondo sempre com um "NÃO SEI".Isso me deixa a cada dia mais deprimida e sozinha!

Anônimo disse...

.........

Olá! Tenho 19 anos, e também sou gaga, não me lembro quando começei a gaguejar, para mim não tem sido facil, eu sofro muito, tem dias que se eu pudesse eu sumiria. Fiz o tratamento por 2 anos, mais parei, houve uma grande mudança, eu sentir um melhoramento na fala. Mais eu descobrir que o meu maior problena e aceitar a gagueira, eu não consigo me ver gaga, e tenho raiva só de pensar, tem dias que choro muito, tento me conformar mais é uma grande batalha que todos os dias eu tento enfrentar, minha mãe é paciênte, ela sabe esperar o momento que eu vou falar, meu pai nem tanto, tem horas que sofro muita pressão das pessoas, qurem que falo logo, eu sei q a maioria ñ tem paciência com um "gago", então isso é um tormento. ora eu falo bem, ora eu ñ falo nada. Estou namorando faz um ano e quatro meses, para mim ainda é um pouco dificil, principalmente quando falo no telefone com ele, mais ele é paciênte e tem me ajudado bastante. Quero voltar a fazer o tratamento, só tenho essa alternativa, pois só dessa maneira eu conseguirei ser um pouco feliz.

Abraço

Unknown disse...

Oi, me chamo Joabe tenho 31 anos, sou graduado em Gestão Ambiental, sou concursado público da prefeitura da minha cidade, desenvolvo marketing multinível e enfrento a mesma situação. Eu vejo que tudo está relacionado a emoções como, confiança, segurança ou melhor dizendo, a falta delas.
Eu sou muito perfeccionista e isso complica a gagueira e faz com que eu não me aceitei, afinal, nunca me aceitei pois odeio me ouvir falar.
Me acho super inteligente mas me torno burro quando estou trocando palavras e as vezes até colocando palavras sem sentidos nas minhas falas a fim de facilitar a comunicação. Ja sofri muito com isso, fui reprovado em entrevista de trabalho, já tiveram dó de mim, já sofri fortes críticas de pessoas que relacionaram a minha gagueira com a minha capacidade. Eu ainda sofro muito com a gagueira, já me peguei chorando, desgostoso e até depressivo, cheguei a ponto de querer tirar minha própria vida. Eu já tive momentos bons, geralmente quando estou preparado psicologicamente, emocionalmente e fisicamente para desenvolver determinada atividade como por exemplo na minha defesa de TCC da faculdade, super denominei e dei uma aula fazendo com que muitas pessoas se surpreendessem, até alguns telespectadores que foram para me zoar.
Também já dei palestras para dezenas de pessoas, já dei aula, já me expressei publicamente, as vezes o fato de eu falar primeiramente sobre minha gagueira para as pessoas faz com que eu me sinta melhor e até melhore na gagueira.
Enfim, já busquei ajuda e queria muito me livrar disso que já vem me perseguindo desde a minha infância com muita intensidade. As vezes me torno anti sociável devido a este problema, meu apelido não poderia ser outro em qualquer lugar que me conheçam, vocês já devem imaginar.
Já passei por situações constrangedoras como por exemplo, pessoas que esmurram minhas costas, me seguram nos ombros e me balançaramm brutalmente, outros jogaram água gelada em meu rosto entre diversas outras forma de demonstrar repúdio à minha gagueira.

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